Artem Vaulin, de 30 anos, é um ucraniano que foi preso na semana passada na Polónia acusado de violação de direitos de autor e conspiração para lavagem de dinheiro.
Segundo as autoridades dos EUA, Vaulin é o cérebro por trás da distribuição ilegal de arquivos de música e vídeo por meio do site que criou há oito anos, o KickAss Torrents (KAT), hoje o maior entre as páginas que utilizam o protocolo conhecido como Bit Torrent para esse tipo de partilha.
Os números associados ao site são impressionantes.
Segundo declaração do Departamento de Justiça americano, que pedirá a extradição de Vaulin, o KAT está em 69º lugar entre os sites mais populares do mundo, com mais de 50 milhões de visitantes por mês.
A página opera em 28 idiomas e acredita-se que o seu valor tenha chegado a 54 milhões de dólares e os lucros com publicidade variam entre 12,5 milhões de dólares e 22,3 milhões de dólares.
As informações sobre Artem Vaulin são poucas: o que se sabe é o que pode ser visto no expediente do KickAss e a partir de poucas pistas disponíveis nas redes sociais.
Segundo a declaração do Departamento de Justiça americano, o cérebro por trás do site usa o pseudônimo Tirm. Documentos afirmam ainda que o “KAT operou com o apoio de uma empresa de fachada baseada na Ucrânia, a Cryptoneat”, que por sua vez, tem uma página na rede LinkedIn, na qual é descrita como uma firma dedicada ao desenvolvimento de software.
O governo dos Estados Unidos afirma que o KickAss “mudou o seu domínio várias vezes devido às várias apreensões e processos relativos a direitos de autor, e já foi bloqueado por ordens judiciais em países como Reino Unido, Irlanda, Itália, Dinamarca, Bélgica e Malásia”.
O KAT não hospeda arquivos ilegais, mas fornece links para que os utilizadores façam download de materiais sem autorização.
A prisão de Vaulin “demonstra que os cibercriminosos podem fugir, mas não podem se esconder da Justiça”, afirmou o assistente da Procuradoria-Geral americana, Leslie R. Caldwel.
As acusações de violação de leis de direitos de autor podem resultar numa sentença de cinco anos de prisão para o fundador do KickAss. Já as de lavagem de dinheiro prevêem a uma pena de até 20 anos.
Os defensores do KAT afirmam que o site não oferece os materiais ilegais, apenas facilita a partilha de dados.
Esse argumento, porém, não convenceu as autoridades nem as empresas e organizações dedicadas à defesa de direitos de autor.