O secretário de Estado para os Assuntos Institucionais, Adão de Almeida, revelou esta semana a suspeita de que o maior partido da oposição, UNITA, indicou a um militante do seu partido que efetuasse um duplo registo, para “provar” eventuais falhas no decorrer do registo eleitoral. A declaração foi feita durante um encontro com representantes do Ministério da Administração do Território (MAT) e representantes de partidos políticos, para apresentação do relatório provisório sobre os dados do registo eleitoral.
Adão de Almeida revelou que se trata do cidadão Ernesto João Manuel, membro da comissão eleitoral do município da Quissama. Segundo o secretário de Estado, o duplo registo foi feito, numa primeira fase no município de Ícolo e Bengo e depois no município de Belas, refere a Agência de Notícias Angola Press (Angop).
O secretário de Estado reforçou que o duplo registo é crime, segundo a lei eleitoral em vigor.
Em declarações à Deutsche Welle África, o secretário para os Assuntos Eleitorais da UNITA Vitorino Nhany, considera que Adão de Almeida “está a agir de má fé” ao fazer estas acusações, e que o verdadeiro objetivo é “contrariar todas as aberrações que foram verificadas no próprio processo eleitoral”. Segundo a UNITA, este duplo registo deve-se a uma “falha técnica”.
Vitorino Nhany acrescenta ainda que a UNITA já tinha requisitado reuniões com o Comité Eleitoral para discutir algumas questões, mas sem sucesso: “O que pedimos foi uma reunião técnica entre os técnicos do partido e do registo eleitoral. Seria neste encontro onde iríamos apresentar uma série de aspetos de duplicidade de cartões ou de registo para isso ser corrigido, mas até à presente data nunca tivemos resposta”, refere o DW África.