FLEC pede a Marcelo Rebelo de Sousa para terminar o processo de descolonização portuguesa

A Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC) aproveitando a efeméride do 131º aniversário do Tratado de Simulambuco, assinado a 1 de Fevereiro de 1885, emitiu um comunicado onde “recorda, ao Governo Português que o Tratado de Simulambuco é um compromisso ainda vivo”.

No mesmo documento, assinado por Jean Claude Nzita, porta-voz do movimento, refere que “Portugal honrou os seus deveres com o povo de Timor-Leste mas Portugal traiu o povo de Cabinda, ignorando o Tratado de Simulambuco, tentou vender a soberania do povo de Cabinda que aceitou a sua proteção”. Para a FLEC “Portugal também tentou suprimir Cabinda simulando a sua integração no território de Angola, mas Portugal não consegui extinguir Identidade do Povo de Cabinda nem o seu desejo de independência”.

Felicitando Marcelo Rebelo de Sousa pela vitória nas eleições em Portugal, a FLEC deseja “que a sua presidência seja marcada pela coragem e reparação dos erros passados do país que vai presidir reconhecendo os direitos legítimos de Cabinda”, refere o mesmo comunicado. O movimento da resistência Cabinda afirma também que acredita que Marcelo rebelo de Sousa “Sousa irá marcar com dignidade a sua presidência terminando corajosamente o processo de descolonização portuguesa inacabado reconhecendo os direitos e legitima soberania à última colónia lusófona, Cabinda”.

A 1 de fevereiro de 1885 Guilherme Augusto de Brito Capelo, representando a coroa portuguesa, assinou com os notáveis de Cabinda (ex Congo Português) um tratado que colocava o enclave sob o protetorado português, um documento que ficara designado como o Tratado de Simulambuco em referência uma localidade próxima à cidade de Cabinda. Com este tratado Portugal pode reclamar os seus direitos neste território durante a partilha de África na Conferência de Berlim.

131 anos depois o Tratado de Simulambuco é ainda o documento que suporta a argumentação independentista cabindesa que sustenta que Cabinda ainda é um protetorado português, não integrado em Angola com a qual não tem uma ligação territorial terrestre.

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