Assassinado membro da Renamo na Assembleia Provincial de Tete

Armindo António Ncuche, membro da Assembleia Provincial (AP) de Tete e delegado político distrital da Renamo, maior partido da oposição em Moçambique, foi assassinado a tiro por homens que ainda não foram identificados.O homicídio aconteceu duas semanas depois da tentativa de homicídio, em Quelimane, de Ivone Soares, chefe da bancada parlamentar da Renamo e sobrinha do seu líder, Afonso Dhlakama.

Armindo Ncuche foi assassinado na vila de Moatize, a caminho de casa, após o fim da quarta sessão da AP que fiscaliza, controla o governo provincial e aprova o seu programa. O encontro culminou com a aprovação do orçamento provincial para 2017.

A AP de Tete é dominada pela Renamo, com 42 assentos, contra os 37 da Frelimo e três do Movimento Democrático de Moçambique (MDM).

Armindo Ncuche ocupava o cargo de presidente da Comissão para Assuntos Económicos e Desenvolvimento Local na AP.

A Polícia da República de Moçambique (PRM) em Tete ainda não tem pistas sobre os autores do crime, mas já há uma investigação em curso.

Não se sabe ao certo por que motivo Armindo Ncuche foi assassinado, mas a Renamo, localmente, acusa a Frelimo, que por sua vez, classificou, através de Fernando Bemane, primeiro secretário do comité provincial em Tete, de descabida essa acusação.

Tete é uma das seis províncias onde o partido liderado por Afonso Dhlakama reivindica vitória nas eleições gerais e, há meses, na mesma província, foram relatados casos de violação dos direitos humanos supostamente protagonizados pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS).

Em Manica, outra parte do país reivindicada pela Renamo no âmbito das últimas eleições e onde os confrontos militares são constantes, esta formação política alega ter descoberto, no mesmo dia, seis corpos no leito do rio Mussapa, no distrito de Sussundenga. Contudo, as autoridades policiais disseram que desconhecem o assunto.

Enquanto isso, o diálogo político que conta com a interposição de mediadores/facilitadores internacionais, indicados por cada uma das partes em braço-de-ferro, está longe de ser uma solução rápida para a atual crise e tensão político-militar em Moçambique.

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