O Ministério Público está a investigar o Centro Comum de Vistos em Cabo Verde. Em causa, um alegado esquema de emissão fraudulenta de vistos de entrada em Portugal que servirá de porta de entrada para outros países da União Europeia. De acordo com o jornal cabo-verdiano A Nação, o Centro Comum de Vistos (CCV) e a Embaixada de Portugal em Cabo Verde foram alvo de buscas.
O inquérito não tem ainda arguidos constituídos e está em segredo de justiça.
A investigação foi conduzida em Cabo Verde por um juiz, um procurador da República e inspetores da Polícia Judiciária portuguesa, que interrogaram e efectuaram buscas domiciliárias a suspeitos residentes em Santa Catarina e na cidade da Praia – numa operação que contou com a colaboração da Judiciária de Cabo Verde.
A Procuradoria-Geral da República revela que a diligência de busca e apreensão foi realizada no Centro Comum de Vistos, cuja responsabilidade de gestão cabe ao encarregado da secção consular da embaixada de Portugal.
A investigação centra-se em suspeitas da prática de crimes de corrupção passiva e auxílio à emigração ilegal, que servirão uma suposta rede de tráfico de pessoas para a União Europeia.
Segundo o A Nação, há quem aceite pagar 500 mil escudos, cerca de 4.500 euros, por um visto ilegal para entrar em Portugal apenas para evitar uma recusa de visto ou não ter de passar horas numa fila.