Presidente da Nigéria reitera que unidade nacional não é negociável

O Presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, declarou esta segunda-feira que os separatistas que pediram a divisão da Nigéria ultrapassaram os limites, reiterando que a unidade nacional não é negociável. O Chefe de Estada proferia o seu primeiro discurso desde que voltou para casa após três meses de licença médica na Grã-Bretanha, avançou a Reuters esta segunda-feira.

As tensões étnicas surgiram nos últimos meses, com as exigências de um estado separado do sudeste, conhecido como Biafra, de alguns representantes dos principais centros petrolíferos do sul do Delta do Níger que querem a independência, e, os militantes do Boko Haram que lutam por um estado islamita no nordeste do país.

A Nigéria é a nação mais populosa de África com 180 milhões de pessoas, dividida aproximadamente por igual entre cristãos e muçulmanos e cerca de 250 grupos étnicos diferentes que vivem em paz, lado a lado.

Num discurso televisivo, transmitido dois dias após o seu regresso no sábado, Buhari disse que seguiu diariamente os eventos na Nigéria durante a sua ausência e estava preocupado com as discussões sobre a possível dissolução do país.

“Fiquei angustiado por notar que alguns dos comentários, especialmente nas redes sociais, ultrapassaram os limites ao ousar questionar a nossa existência coletiva como uma nação”, disse Buhari. “A unidade da Nigéria está definida e não é negociável. Não devemos permitir que elementos irresponsáveis tragam problemas”, disse, acrescentando que algumas violências étnicas foram “alimentadas por falsos agressores políticos”.

Buhari, um muçulmano do norte de 74 anos que assumiu o cargo em maio de 2015, entregou o poder ao seu vice, o sulista cristão Yemi Osinbajo, quando viajou para o Reino Unido a 7 de maio para tratamento de uma doença não especificada.

Osinbajo manteve conversações em junho com líderes regionais, num esforço para reprimir a tensão depois de ativistas muçulmanos terem exigido a expulsão de pessoas Igbo do norte enquanto exigiam a criação de um estado Biafra separado.

Buhari também disse que as agências de segurança da Nigéria não devem relaxar depois dos sucessos alcançados nos últimos 18 meses contra o grupo islamita Boko Haram, acrescentando que a Nigéria vai reforçar a luta contra os rebeldes.

Os ataques do Boko Haram com bombistas suicidas aumentaram no nordeste do país nos últimos meses, matando pelo menos 170 pessoas desde 1 de junho, segundo a Reuters.

A Nigéria, um membro da OPEP com a maior economia de África, está em recessão pela primeira vez em 25 anos, em grande parte causada pelos baixos preços do petróleo e o impacto dos ataques às instalações de energia no ano passado no Delta do Níger.

Buhari referiu que é do interesse dos nigerianos se unirem para enfrentar o desafio da segurança económica.

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