O primeiro ministro da Somália anunciou que no passado sábado 110 pessoas morreram de fome numa só região devido à seca que põe em risco milhões de pessoas em todo o país.
Foram as primeiras mortes anunciadas pelo governo da Somália desde que declarou na terça-feira a seca como um “desastre nacional”. As Nações Unidas reconhecem que o país precisa de ajuda.
O primeiro-ministro, Hassan Ali Khaire, falou sobre o assunto durante um encontro com o Comité Nacional de Seca. O número de mortes anunciadas diz respeito apenas à região “Bay” do país.
A Somália foi uma das quatro regiões destacadas no mês passado pelo secretário-geral das Nações Unidas para receber uma ajuda de 4.4 mil milhões de dólares para prevenir a fome que se manifesta em proporções catastróficas.
O coordenador humanitário das Nações Unidas, Stephen O’Brien, deverá visitar a Somália nos próximos dias.
Esta seca é a primeira crise que o novo presidente Abdullahi Mohamed enfrenta. Secas anteriores, e o conflito de um quarto de século, incluindo os recentes ataques do grupo extremista al-Shabab, deixaram o país extremamente frágil e vulnerável.
Cerca de 363.000 crianças malnutridas na Somália “precisam urgentemente de ajuda e apoio de nutrição, e 71.000 estão gravemente malnutridas”, segundo alertou a Agency for International Development’s Famine Early Warning Systems Network.
O governo referiu que a fome generalizada “deixa as pessoas vulneráveis à exploração, ao abuso dos direitos humanos e às redes criminosas e terroristas”.
O apoio humanitário das Nações Unidas à Somália para 2017 é de 864 milhões de dólares para ajudar 3.9 milhões de pessoas. No entanto, devido à seca, o Programa Mundial de Alimentação das Nações Unidas solicitou recentemente um plano adicional de 26 milhões de dólares.