A China reagiu à acusação de Donald Trump de que Pequim não está a fazer o suficiente para controlar o Estado norte-coreano, advertindo o presidente eleito norte-americano de não “intensificar” uma situação já tensa na Península Coreana através da rede social, Twitter.
Na noite de segunda-feira, Trump criticou no twitter a ameaça do líder norte-coreano Kim Jong Un, de que a Coreia do Norte estava na “fase final” de desenvolver um míssil nuclear capaz de atingir o continente americano. Imediatamente, Trump publicou outro tweet em que acusa a China de não tomar medidas suficientes para acalmar a beligerância do jovem ditador.
“A China tem retirado enormes quantidades de dinheiro e riqueza dos EUA num comércio totalmente unilateral, mas não ajudará com a Coreia do Norte. Nice! “, lê-se no tweet de Trump.
Em resposta, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Geng Shuang, disse que os esforços do seu governo são “amplamente reconhecidos” e que: “esperamos que todos os lados evitem comentários e ações que possam agravar a situação”.
A Península Coreana é a mais recente fonte de atrito entre a administração Trump e a China que tem sido comentada através da conta Twitter do presidente eleito.
No mês passado, Trump revelou que aceitou um telefonema congratulatório do presidente taiwanês Tsai Ing-wen numa suposta violação de quase quatro décadas de respeito do protocolo diplomático. Pequim ainda reivindica soberania sobre Taiwan, apesar de sua separação efetiva da China em 1949, após a guerra civil que levou ao poder os comunistas.
Em relação à Coreia do Norte, Trump defende que a China é a única nação amiga de Pyongyang e responde por 90% de seu comércio. A continuação da existência da Coreia do Norte é uma vantagem estratégica para Pequim perante a alternativa de uma Península Coreana unificada, administrada por Seul, que é um fiel aliado dos EUA.
No entanto, uma Coreia do Norte ameaçadora e que possui armas nucleares, não é benéfico para os interesses de Pequim na região. Aumenta a tensão na Ásia Oriental e levou a Coreia do Sul aceitar a implantação do sistema antimísseis americano THAAD, assim como o Japão poderá seguir a mesma opção.