Após a grande mediatização do anúncio sobre a dissolução do grupo Ansar Al-Charia, classificado pelos Estados Unidos da América e a ONU como organização terrorista, a dúvida permanece sobre a real dissolução da organização.
“Sejamos razoáveis. Como podemos acreditar nesta suposta dissolução quando os principais atores deste movimento continuam ativos, não só em Bengasi mas também noutras localidades como Misrata e Derna. Só desapareceu a designação, nunca a ideologia do grupo que pretende instaurar a “charia” nos países como forma de governo”, disse um quadro da organização Fajr Libya baseado em Tripoli, e que pediu anonimato.
Uma opinião partilhada por um quadro próximo do Congresso nacional de Khalifa al-Ghowel. “Os jihadistas de Ansar Al-Charia estão cada vez mais a deslocarem-se para o sul do país onde estão a criar as suas bases. Chegam lá vindos de Djbel Hassaouna, onde são apenas uma fação. A sua oposição à expansão da influência do marechal Khalifa Haftar leva os dirigentes do movimento em questão a multiplicarem as suas operações” com base numa nova estratégia, disse Khalifa al-Ghowel.
A 27 de maio, através de um comunicado difundido na internet, o grupo jihadista líbio Ansar Al-Charia, próximo da Al-Qaeda, anunciou a sua “dissolução”. Um anúncio que surgiu quando a organização mergulhara numa crise profunda devido a várias derrotas militares, face às forças fiéis a Khalifa Haftar, mas também devido às múltiplas deserções de combatentes que passaram a integrar a organização terrorista Estado Islâmico na Líbia.
RN/KR