Muitas crianças que vivem na Síria, algumas de 12 anos de idade, estão a auto agredir-se, a tomar drogas e até mesmo a tentar o suicídio devido aos horrores que têm enfrentado nos seis anos de conflito, referiu um grupo internacional de ajuda na passada segunda-feira.
Uma em cada quatro crianças está a desenvolver um distúrbio de saúde mental, revelou a “Save the Children” num relatório realizado sobre as crianças do país.
Cerca de 5 milhões de sírios fugiram do país desde que a guerra começou em 2011, mas 13.5 milhões ainda precisam de ajuda na Síria e quase metade são crianças, de acordo com a agência humanitária das Nações Unidas “UNOCHA”.
Pesadelos, raiva, pensamentos suicidas e depressão são alguns dos sintomas presentes nas crianças sírias que sofrem de uma elevada carga traumática provocada por bombardeamentos, mortes e destruição, referiu a organização.
A maioria das crianças entrevistadas para o relatório estava com muito medo para brincar na rua, abandonaram a escola ou testemunharam a morte de um amigo ou parente.
“Há cerca de 5 ou 6 meses, uma criança de 12 anos de idade cometia suicídio. Nunca vimos nada assim antes, nem com pessoas mais velhas”, referiu Sharif, um assistente de saúde mental sírio, citado no relatório. “O seu pai foi morto num carro-bomba e tentaram explicar à criança que agora o seu pai é um mártir e que está a caminho do paraíso, então a criança pensou que se morresse, veria seu pai. Enforcou-se com um cachecol.”