O relatório Nowhere To Go, divulgado esta semana pela UNICEF, revela que três anos depois do agravamento da violência no Iraque,“as crianças estão presas num ciclo interminável de violência e pobreza crescente”, e são mais de 5 milhões a necessitar de assistência humanitária urgente.
De acordo com o relatório, só no primeiro semestre de 2017, mais de 150 crianças morreram vítimas do conflito e da violência, e desde 2014 contam-se mais de mil vítimas. Nos últimos três anos, mais de 4.650 crianças foram separadas das suas famílias ou ficaram desacompanhadas. O relatório revela ainda que desde 2014, aconteceram 138 ataques a escolas e 58 ataques a hospitais; mais de 3 milhões de crianças não frequentam a escola regularmente e 1.2 milhões estão atualmente fora da escola.
A UNICEF reforça o alerta para a situação a oeste de Mossul, onde as crianças estão a ser deliberadamente atacadas e mortas para punir as famílias e dissuadi-las de fugir da violência. Em menos de dois meses, pelo menos 23 crianças foram mortas e 123 ficaram feridas só nesta cidade.
O representante da UNICEF no Iraque, Peter Hawkins, reforça que estas crianças continuam a “testemunhar um enorme horror e violência inimaginável”, naquela que considera ser “uma das mais atrozes guerras da história recente”.
No mesmo comunicado, a organização da ONU sublinha que tem uma lacuna de 100 milhões de dólares para operações de emergência cruciais no Iraque e para o apoio às crianças.
Por fim, a UNICEF faz um apelo internacional para o “fim imediato do conflito” e para “o fim de todas as violações graves contra as crianças, incluindo a morte, a mutilação e o recrutamento, e o fim dos ataques às infraestruturas civis”.