Fome declarada oficialmente no Sudão do Sul

O governo do Sudão do Sul decretou pela primeira vez, na segunda-feira, o estado de fome em várias zonas do país. Segundo as Nações Unidas, a responsabilidade é da guerra civil associada ao colapso económico que contribuíram para um aumento da taxa de inflação, até aos 800%, e prejudicaram a produção agrícola e os meios de subsistência nos meios rurais.

“A fome tornou-se numa trágica realidade em partes do Sudão do Sul e os nossos piores receios tornaram-se realidade”, afirma Serge Tissot, representante da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla inglesa).

Muitas famílias, nomeadamente de agricultores que perderam o gado e as colheitas, “esgotaram todos os meios que tinham para sobreviver”, alertou Tissot.

Nos últimos anos vários relatórios indicavam que dezenas de milhares de sul-sudaneses estavam expostas à insegurança alimentar. Contudo estes números não eram suficientes para considerar a região em estado de fome.

Esta segunda-feira três organizações da ONU, UNICEF, FAO e PAM indicaram que 100 mil pessoas da região da Unidade correm o risco de vida, se não lhes for prestada ajuda alimentar, e pedem medidas urgentes para aquela que é já considerada a “pior catástrofe” da história recente do país.

De acordo com o presidente do Departamento de Estatísticas do país, Isaiah Chol Aruai, cerca de 4,9 milhões de pessoas correm o risco sério de ficarem em situação de “insegurança alimentar” até Abril, número que poderá aumentar para 5,5 milhões em Julho, ou seja, quase metade da população do Sudão do Sul.

Independente desde 2011, o Sudão do Sul está mergulhado desde Dezembro de 2013 numa guerra civil que já fez dezenas de milhares de mortos e mais de 3 milhões de deslocados, apesar da presença de 12 mil capacetes azuis no país.

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