A polícia filipina matou pelo menos 13 pessoas em Manila na terceira noite de uma escalada na guerra implacável do presidente Rodrigo Duterte contra as drogas e o crime, tornando esta semana uma das mais sangrentas com um número de 80 mortos, avançou a Reuters esta sexta-feira.
No início desta semana, 67 pessoas foram abatidas e mais de 200 presas em Manila e províncias adjacentes à capital das Filipinas, no que a polícia descreveu como um impulso “único e grande” para travar drogas e crimes de rua.
O termo tem sido usado pela polícia das Filipinas para descrever uma campanha coordenada contra a criminalidade em distritos propensos ao crime, geralmente favelas ou bairros pobres, fortemente policiados.
Renato Reys, secretário-geral do movimento de esquerda Bayan (Nação), alerta para que “A escalada de mortes deve parar, mesmo quando exigimos o fim da proliferação de drogas ilegais”, disse. “É necessária uma solução a longo prazo e completa. Uma solução fascista está condenada a falhar”, acrescentou, pedindo aos filipinos que se juntem a um protesto organizado por um grupo de artistas na cidade de Quezon, condenando os assassinatos sob o regime de Duterte.
A polícia afirma que não teve instruções das autoridades superiores para que fossem intensificadas as operações antidrogas e que estão apenas a fazer o seu trabalho.
“O presidente não me pediu para matar e matar”, disse o chefe da polícia nacional, Ronald dela Rosa, na quinta-feira. “Eu também não dei instruções aos meus homens para que matem e matem. Mas a indicação do presidente é muito clara. A nossa guerra contra as drogas é implacável. Aqueles que foram mortos também atacaram”.
Duterte anunciou esta semana que o aumento de mortes teve a sua bênção, congratulando-se que 32 criminosos tivessem morrido numa província ao norte de Manila, acrescentando que “Vamos continuar a matar. Talvez possamos reduzir o que aflige este país”.
Na quinta-feira, Duterte disse que não iria apenas perdoar os polícias que executaram infratores de drogas durante a campanha anti-narcóticos, mas também promovê-los.
Os críticos acusam os membros da Polícia Nacional das Filipinas (PNP) de estarem a abater suspeitos e dizem que é provável que tenham responsabilidade na execução por misteriosos vigilantes de milhares de assassinatos. O PNP e o governo rejeitam isso.
Embora a violência tenha sido criticada por grande parte da comunidade internacional, os filipinos apoiam maioritariamente a campanha de Duterte e a oposição doméstica foi silenciada.