Após cinco dias de intensa programação, 167 atividades iluminaram a terceira edição do Festival Literário Internacional de Itabira, o Flitabira, no estado de Minas Gerais, Brasil, que tem patrocínio do Instituto Cultural Vale, via Lei de Incentivo à Cultura, a Lei Rouanet, do Ministério da Cultura, com o apoio da Prefeitura de Itabira e União Brasileira de Escritores – UBE.
A programação contemplou 33 mesas de debate nacionais, 17 locais, 11 virtuais, 20 espetáculos infantis e 85 sessões de autógrafos. Para conferir o Festival, cerca de 26 mil pessoas passaram pela estrutura montada no Circuito Cultural do Centro Histórico da cidade entre os dias 31/10 e 5/11. O tema do III Flitabira foi “Arte, Literatura e Correspondências”, celebrando a importância das cartas trocadas entre Carlos Drummond de Andrade e escritores, familiares, amigos.
Na programação internacional, três autores marcaram presença no Flitabira: Raquel Cané, José-Manuel Diogo e Pedro Drummond, neto de Carlos Drummond de Andrade, patrono do Festival.
A programação regional do III Flitabira trouxe 14 mesas para o Festival, das quais cinco abordaram o tema central do evento, as epístolas drummondianas. As demais mesas de debate trataram temáticas como mulheres na literatura, inclusão, arte e cidade, literatura marginal, religiosidade e fé e a história da cidade de Itabira. Uma das atrações regionais foi Maxsandro Soares, professor dos três alunos que subiram ao pódio do Prémio de Redação do Flitabira na categoria 3, que agracia estudantes entre 15 e 18 anos.
Quanto à premiação, considerado um dos principais momentos do Festival, 22 escolas aderiram à proposta, da rede pública e privada da Educação Infantil, Ensino Fundamental 1 e 2 e Ensino Médio. No total, cerca de 9 mil e duzentos estudantes estiveram envolvidos e puderam participar do concurso.
Promovido em parceria com o Sesc-SP, o Flitabira apresenta um ciclo de debates que discorre acerca da obra epistolar de Carlos Drummond de Andrade, em consonância com o tema desta edição do Festival, “Arte, Literatura e Correspondências”. No total, onze mesas de debate foram realizadas com um total de treze autores (onze homens e duas mulheres), todas com mediação de Fábio Lucas, membro da Academia Pernambucana de Letras, fundador do @livronewsnoinsta, colunista do Jornal do Commercio (PE) e Presidente do Conselho Editorial da Cepe. Os vídeos do Ciclo de Debates “A obra epistolar de Carlos Drummond de Andrade” estão todos disponíveis no YouTube e podem ser conferidos no canal do Flitabira – Acesse clicando aqui!
Mais de 60 pessoas compuseram as equipes de produção, comunicação e audiovisual. Indo além, foram feitas 51 contratações para equipe de montagem, limpeza, segurança, brigada, alimentação, livraria e afins, totalizando mais de 110 contratações diretas e indiretas.
A estrutura englobou dois palcos, uma ampla livraria, áreas de leitura e lazer, em um espaço coberto de quase 900 m², isso sem contar a parte descoberta do Flitabira, que englobou a área destinada à gastronomia. Para a livraria, coração do Festival, foi montado um espaço de 244 m² dedicados à venda de livros no Flitabira, com cerca de 15 mil exemplares disponíveis, incluindo mais de 4 mil títulos literários, abrangendo diversos géneros, como romance, poesia, ensaio, aventura, terror, cronica, biografia, infantojuvenil, entre outros. Houve comercialização considerável das obras de Carlos Drummond de Andrade, patrono do Festival. Em uma lista de obras e autores mais vendidos ao longo dos cinco dias do III Flitabira, divulgada aqui, Conceição Evaristo liderou o número de vendas.
A maior parte dos recursos aportados para o Flitabira, proveniente do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura, a Lei Rouanet, é investida diretamente na cidade de Itabira. Isso ocorre por meio de contratações, geração de empregos, repasses diretos e outras formas de apoio.
O Flitabira desempenha um papel de grande relevância na economia da cidade de Itabira. O Festival atrai um grande número de visitantes de diversas regiões, que se deslocam até o evento. Esses visitantes têm um impacto económico positivo na cidade, uma vez que consomem produtos e serviços locais, como hospedagem, alimentação, transporte e compras.
Durante o período do Festival, há um aumento expressivo na demanda por esses serviços, o que beneficia diretamente os estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços da região. Hotéis, pousadas, restaurantes, cafés e lojas em geral experimentam um aumento nas vendas e na ocupação, impulsionando a economia local.
Além disso, o Flitabira também desempenha um papel importante na valorização da cultura e do património da cidade. Ao destacar a literatura e a história locais, o Festival incentiva o turismo cultural, atraindo pessoas interessadas em conhecer e explorar as riquezas patrimoniais de Itabira. Isso não apenas gera receita direta para os pontos turísticos locais, como também fortalece a imagem da cidade como um destino cultural e turístico.
São diversas as maneiras pelas quais o Flitabira impacta na economia local: promovendo a cultura, impulsionando o turismo, estimulando o comércio, valorizando a produção cultural local e contribuindo para o desenvolvimento socioeconómico da cidade de Itabira, tudo isso em paralelo aos projetos de valorização e integração com a comunidade.
Criado pelo jornalista Afonso Borges – que é também o idealizador do Festival Literário de Araxá (Fliaraxá) e do Sempre um Papo –, o Flitabira realizou sua terceira edição entre os dias 31 outubro e 5 de novembro de 2023, celebrando 121 anos de nascimento do poeta Carlos Drummond de Andrade. As atividades aconteceram tanto de forma presencial, na Praça do Centenário, quanto on-line, pelo canal no YouTube do Festival.
Ígor Lopes