CCB . 24 e 26 abril . segunda e quarta-feira . 20h00 . Grande Auditório
A ópera O Navio Fantasma («Der fliegende Holländer» no título original) estreou em 1843 sob a direção musical de Richard Wagner. O libreto é do domínio do fantástico: por ter invocado o Demónio, um marinheiro holandês (por alguns identificado como o Herói Romântico) foi condenado a errar eternamente pelos mares, comandando um navio fantasma. É-lhe concedida, como escape à maldição, a possibilidade de poder vir a terra de sete em sete anos e de encontrar uma mulher que lhe seja fiel até à morte. A redentora será a filha do marinheiro Daland, Senta, que quebrará a maldição lançando-se ao mar.
A obra apresentou, pela primeira vez, alguns elementos constitutivos de toda a futura produção wagneriana e contém ambientes e personagens impregnados de realismo. Daland, exemplo marcante, vai ser cantado pelo britânico Peter Rose. A ópera O Navio Fantasma foi apresentada no Teatro Nacional de São Carlos a 4 de março de 1893 e já aí teve notáveis intérpretes do Holandês. A nova produção é assinada por Max Hoehn, jovem encenador que integrou a equipa artística de Graham Vick na produção de Alceste em São Carlos, em 2019, e que transportará o caráter épico da música de Wagner para uma conceção cénica sustentável, em linha com os desafios do nosso tempo.
O Navio Fantasma é um marco na vida e obra de Wagner pois não só é aqui que a inovação do drama wagneriano se começa a manifestar, tanto na originalidade da sua linguagem musical como na conceção e elaboração do libreto como também é nesta ópera que aparece pela primeira vez o tema da redenção pelo amor que será recorrente na futura obra do compositor. Não perca 45 minutos antes do espetáculo a apresentação da ópera por Eugénio Sena.