«É fundamental perceber que a atual situação pode potenciar ainda mais as desigualdades já existentes no ensino básico e secundário”. O alerta é de um grupo de investigadores da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade Coimbra (FPCEUC) que chama a atenção para os aspetos que devem ser acautelados para não reforçar as desigualdades na educação com o arranque do novo período letivo à distância.
Os investigadores Ana Maria Seixas, António Gomes Ferreira e Isabel Festas avisam que “as desigualdades em educação podem ver-se muito aumentadas com o atual afastamento físico e social dos alunos da escola”. Neste contexto, sublinham que é necessário que se tomem medidas imediatas que contemplem programas de compensação e de recuperação das aprendizagens perdidas ou pouco conseguidas durante este período.
No que respeita ao recurso à educação à distância e às plataformas digitais, plenamente «justificado nesta situação de exceção», os investigadores afirmam que estes meios podem ser usados como recursos mas não serão nunca substitutivos da presença em espaço escolar dos membros da comunidade educativa.
As conclusões dos investigadores portugueses surgiram da análise do documento “A framework to guide an education response to the COVID-19 Pandemic of 2020” que identifica os aspetos e as áreas que devem ser considerados nos planos destinados a garantir a continuidade da educação e da aprendizagem, neste novo contexto, baseando-se num levantamento de necessidades junto de 98 países, Portugal incluído.