Entre outras coisas, as barragens servem como reservatórios de água potável, irrigação agrícola ou operação de usinas hidrelétricas. Até agora, presumia-se que as barragens funcionavam como “armazéns” líquidos de carbono. Os investigadores mostram agora que afinal as barragens libertam duas vezes mais carbono do que armazenam.
Sejam folhas, galhos ou algas – os fluxos de água transportam grandes quantidades de material que contém carbono. Nas barragens este material acomoda-se gradualmente e acumula-se no fundo da água. “Por causa da falta de oxigénio, os processos de degradação são muito mais lentos lá embaixo. Como resultado, menos dióxido de carbono é libertado. O carbono contido é armazenado no sedimento da barragem por mais tempo”, explica Matthias Koschorreck, bióloga do Departamento de Pesquisa de Lagos da UFZ. “Supunha-se que as barragens armazenavam aproximadamente a mesma quantidade de carbono do que liberam como gases de efeito estufa.”
Os dados do estudo, “mostram que as emissões de carbono das barragens foram significativamente subestimadas. Numa média global, elas libertam o dobro de carbono do que armazenam”, diz Koschorreck. “A imagem das barragens como um depósito líquido de carbono no ciclo global do carbono deve ser reconsiderada.”