Um estudo sobre sintomas de depressão, ansiedade e stress em crianças portuguesas, sugere que os meninos têm maior probabilidade de apresentar sinais depressivos e de stress do que as meninas.
Publicado na revista científica BMC Psychiatry este estudo, realizado por uma equipa da Universidade de Coimbra (UC), da Universidade de Lisboa (UL), da Universidade Fernando Pessoa, e do Instituto Politécnico de Viseu (IPV), teve como objetivo explorar os fatores associados a sintomas de ansiedade, depressão e stress em 1022 crianças portuguesas em idade escolar, dos 7,5 aos 11,5 anos. Ao analisarem os autorrelatos das crianças, os investigadores concluíram que os rapazes reportam mais frequentemente sintomas de stress e sintomas depressivos do que as raparigas.
As diferenças entre meninos e meninas na expressão destes sintomas podem ser influenciadas pelo contexto cultural.
«Poderão residir numa maior tendência das meninas para responder de forma socialmente mais desejável ou expectável», afirma Diogo Costa, primeiro autor do artigo. Esta investigação sugere ainda que os fatores parentais, em particular os sintomas depressivos, de ansiedade e de stress da mãe, interferem de forma negativa na saúde mental das crianças.
Considerando que a experienciação destes sintomas durante a infância podem ter um impacto negativo no desenvolvimento, a coordenadora do estudo, Cristina Padez, defende que «são imprescindíveis estudos longitudinais para conhecermos o impacto destes sintomas no aparecimento da obesidade infantil, um problema com uma grande expressão na generalidade dos países desenvolvidos e em que Portugal também tem taxas muito elevadas».