A iniciativa da “Grande Muralha Verde” da África é uma proposta de linha de árvores com 8.000 quilómetros de comprimento destinada a impedir que o Saara se expanda para sul. Novos estudos sobre o clima da região sugerem que esta estratégia pode ter um efeito profundo no clima do norte da África e mesmo para além desta zona do globo.
Até 2030, o projeto pretende plantar 100 milhões de hectares de árvores ao longo do Sahel, a zona semiárida que reveste a borda sul do deserto. Esta linha de árvores deverá aumentar a chuva dentro do Sahel e também diminuir as temperaturas médias do verão em grande parte do norte da África e no Mediterrâneo, de acordo com as simulações, apresentadas a 14 de dezembro durante a reunião de outono da União Geofísica Americana. Mas, descobriu o estudo, as temperaturas nas partes mais quentes do deserto ficariam ainda mais quentes.
Estudos anteriores mostraram que um “Saara verde” está ligado a mudanças na intensidade e localização das monções da África Ocidental. Esse grande sistema de vento sopra o ar quente e seco para o sudoeste através do norte da África durante os meses mais frios e traz condições ligeiramente mais húmidas para o nordeste durante os meses mais quentes.