A reversão dos pólos magnéticos da Terra que ocorreu entre 42.000 a 41.000 anos atrás, de forma breve, mas dramática, diminuiu a força do campo magnético, e esta pode ser a causa para inúmeras crises ambientais no planeta, sugere um novo estudo.
Através de um método de datação por carbono obtida de fósseis de árvores antigas, os investigadores correlacionaram mudanças nos padrões climáticos, extinções de grandes mamíferos e até mudanças no comportamento humano pouco antes e durante a excursão de Laschamps, uma breve reversão dos pólos magnéticos que duraram menos de mil anos.
É o primeiro estudo a vincular diretamente a reversão de um pólo magnético a mudanças ambientais em grande escala, relata a equipe na revista Science de 19 de fevereiro.
Os cientistas compararam as datas do evento magnético com registos anteriores de eras de gelo que podem refletir mudanças na atividade solar. Esses dados sugeriram que a atividade solar estava no mínimo na época. A combinação de um campo magnético fraco e esta diminuição na produção do sol ao mesmo tempo “criou a tempestade perfeita” do clima e mudanças ambientais mais amplas, colocando um grande stresse sobre as populações da megafauna, diz Turney, um dos investigadores. “Esses fatores também podem ter levado ao aumento da competição entre a megafauna e as populações humanas, bem como com os neandertais”, acrescenta o cientista.