A cantora luso-cabo-verdiana Sara Alexandra Lima Tavares morreu, este domingo, no hospital da Luz, em Lisboa. A cantora e compositora tinha 45 anos e há mais de uma década que tinha sido diagnosticada com um tumor no cérebro.
Sara Tavares, nascida a 1 de fevereiro de 1978, em Lisboa, tinha ascendência cabo-verdiana e ficou conhecida pela participação no programa Chuva de Estrelas, na SIC, em 1994, e por ter representado Portugal na Eurovisão com o tema “Chamar a Música”, conquistando o oitavo lugar. Dois anos depois, em 1996, Sara Tavares estreou-se com o álbum “Sara Tavares & Shout!”.
Nas duas décadas seguintes, Sara Tavares editou vários álbuns que a aproximaram das raízes cabo-verdianas, com destaque para “Balancê” (2005), que lhe valeu um disco de platina e uma nomeação como Artista Revelação as prémios BBC Radio 3 World Music.
Em 2009, Sara Tavares foi obrigada a interromper a carreira devido ao diagnóstico de um tumor no cérebro.
Em 2011, recebeu Prémio de Melhor Voz Feminina nos Cabo Verde Music Awards e no ano seguinte deu continuidade à digressão internacional “Xinti”, título do álbum editado em 2009, que lhe valeu o Prémio Carreira do África Festival na Alemanha.
Em 2018, esteve nomeada para os Grammy Latino com o quinto álbum, “Fitxadu” (2017), no qual aprofundou a relação com a música cabo-verdiana, contando com Manecas Costa, Nancy Vieira, Toty Sa’Med e Kalaf Epalanga entre os convidados.
A par da carreira em nome próprio, Sara Tavares colaborou com vários nomes da música portuguesa e lusófona, nomeadamente Ala dos Namorados, Dany Silva, Paulo Flores, Buraka Som Sistema e Carlão. O mais recente tema, intitulado “Kurtidu”, saiu em setembro passado pela Sony Music.
O Presidente da República endereçou uma mensagem à família de Sara Tavares na qual recordou a forte ligação aos seus pares, em diversas colaborações e homenagens, e grande proximidade à música e aos músicos africanos. “Manifesto a minha tristeza e o reconhecimento pela sua vocação, dedicação e determinação”, lê-se no comunicado de Marcelo Rebelo de Sousa.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, referiu que “é uma grande tristeza ver partir tão cedo Sara Tavares. Foi um enorme talento, e mais um forte elo de fraternidade com Cabo Verde”.
Já o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, também lamentou “a morte muito prematura” da cantora portuguesa. O responsável pela pasta da Cultura partilhou uma mensagem na qual considerou que a música de Sara Tavares, “assente num cruzamento de influências cabo-verdianas e soul, é bem a prova de que a diversidade e a abertura são o oxigénio da vida cultural”.
As mensagens de pesar sobre a morte de Sara Tavares têm sido múltiplas, no universo musical, destacando o brilho, a doçura e o talento da cantora.