Mais de uma centena de locais considerados Património da Humanidade estão a ser ameaçados por atividades humanas, revelou um estudo publicado esta terça-feira pela Universidade de Queensland, publicado na revista Biological Conservation.
Para chegar a estas conclusões, recorreu-se à plataforma disponível on-line (Human Footprint) que mede o impacto cumulativo da atividade humana na natureza a nível global. O impacto refere-se em particular à construção de estradas, a agricultura, urbanização, infraestruturas industriais e desflorestação.
O estudo revela que nos últimos 20 anos, a “pegada humana” aumentou 63% em todos os continentes, exceto na Europa. Os locais considerados Património da Humanidade que mais sofreram com a atividade humana encontram-se na Ásia: O Santuário da Vida Selvagem de Manas, na Índia; o Parque Nacional de Komodo na Indonésia; o Parque Nacional de Chitwan no Nepal e, em África, destaca-se o Parque Nacional de Siemen, na Etiópia.
A Reserva da Biosfera de Río Plátano está no topo da lista dos locais que sofrem desflorestação, com 8,5% desde 2000. O Parque Internacional da Paz Waterton-Glacier, no Canadá, perdeu cerca de um quarto da zona florestal, e até o conhecido Parque Nacional Yellowstone, nos EUA, viu arrasados 6% das florestas. Entre os locais menos prejudicados destacam-se o Parque Nacional de Mana Pools, no Zimbabué, e a Reserva Florestal Sinharaja, no Sri Lanka.
James Allan, da Escola de Ciências da Terra e do Ambiente alerta: “quando um local perde 10 a 20 porcento da sua área florestal em duas décadas, é alarmante e deve ser considerado”.
O Comité do Património da Humanidade da UNESCO reúne-se este ano em julho, na Polónia.