Visando prevenir a repercussão na saúde mental da contínua exposição à adversidade dos bombeiros na sua atividade, na próxima segunda-feira, dia 31 de maio, vai ser apresentado um projeto de investigação que estuda estes aspetos críticos do combate a incêndios no contexto das ciências da saúde.
Os dados prévios já obtidos pelo grupo de trabalho clínico especializado na área do trauma, liderado pelo neurocientista da Universidade de Coimbra (UC), Miguel Castelo-Branco, confirmam a «exposição frequente a vivências potencialmente traumáticas. 82% dos participantes no estudo já estiveram expostos a mais de 20 situações potencialmente traumáticas. A exposição continuada a este tipo de situações poderá vir a colocar em causa os seus mecanismos de funcionamento normais e condicionar a emergência de problemas ao nível da saúde mental».
O também docente da Faculdade de Medicina da UC explica que o projeto DECFIRE explora os «processos cerebrais envolvidos na tomada de decisão crítica em condições extremas de combate a incêndios e a forma de melhorar a tomada de decisão nessas situações».
«O domínio do fogo florestal é bastante diferente de outros cenários de emergência em termos de cenários operacionais e fontes de incerteza. Os bombeiros precisam da capacidade de treinar situações e cenários inerentemente inseguros e difíceis de reproduzir, ou impossíveis devido a restrições ambientais, comunitárias e regulatórias», justifica.