Alunos universitários com menor rendimento académico desenvolvem sintomas depressivos

Os estudantes que apresentam um rendimento académico inferior têm uma pior perceção da sua saúde física e mental, comparativamente aos alunos que apresentam um rendimento académico superior, conclui o estudo da Universidade Portucalense (UPT) sobre “Saúde física e mental dos estudantes do Ensino Superior: influência do desempenho académico e das estratégias para lidar com o sucesso e o fracasso”.

De acordo com o estudo, de Patrícia Ferreira Costa, que avaliou a saúde física e mental dos estudantes do ensino superior e sua relação com o rendimento académico foi percetível que, quando os estudantes têm um desempenho académico mais baixo (menor rendimento académico ou com cadeiras em atraso), existe uma maior propensão para a percepção de menor saúde física e mental.

“De facto, quando o estudante se depara com maus resultados tal pode produzir emoções negativas e atribuições cognitivas que, por conseguinte, se transformam em sintomas depressivos”, refere a autora.

Contudo, o desempenho académico não se revelou como preditor significativo da perceção de saúde geral, quando analisado também o efeito preditor das diferentes estratégias para lidar com o sucesso e o fracasso. Os resultados obtidos sugerem a importância de sensibilizar as instituições universitárias e docentes para a importância de promover estratégias mais adaptativas para lidar com o sucesso e o fracasso, contribuindo, desta forma, para uma melhor saúde dos estudantes, para além do foco no desempenho académico.

Fica evidenciado também que estudantes que revelam estratégias mais positivas de orgulho e felicidade, motivação no sucesso e no insucesso apresentam uma melhor perceção da saúde geral, menos limitações devido à saúde física e mais energia e menos cansaço, comparativamente aos estudantes que mencionam estratégias de coping mais negativas de embaraço, tristeza, autodesvalorização, desistência, evitamento, narcisismo e indiferença perante o sucesso e o insucesso que revelam, por sua vez, uma menor perceção da sua saúde geral, maiores limitações devido à saúde física e maior cansaço e menos energia.

Considerando a informação já existente e os resultados deste estudo a autora considera que “seria muito importante da parte das instituições universitárias criarem medidas no sentido de possibilitarem o apoio psicológico e psicopedagógico junto dos seus alunos, ao longo do seu percurso académico, no sentido do desenvolvimento de estratégias mais positivas e adaptativas para lidar com os resultados académicos.

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