Eliminar o vírus SARS-CoV-2 – que provoca a doença Covid-19 – logo na principal “porta de entrada” no organismo, isto é, nas fossas nasais, usando a terapia fotodinâmica, é o grande objetivo do projeto “FOTOVID”, que acaba de obter 450 mil euros de financiamento do Programa Operacional Centro 2020.
Partindo de uma tecnologia de desinfeção nasal criada pela empresa canadiana Ondine Biomedical, parceira no projeto, que já é utilizada em todo mundo para eliminar bactérias multirresistentes, o consórcio vai desenvolver uma terapia inovadora capaz de matar vírus, em particular o coronavírus responsável pela Covid-19. Desta forma, a investigação será muito mais rápida e, em caso de sucesso, a colocação no mercado será mais fácil e a custo reduzido.
«Esta é a inovação do projeto, pois a tecnologia nunca foi aplicada na inativação de vírus», sublinha Luís Arnaut, um dos cientistas envolvidos na investigação, esclarecendo que «estamos a propor um procedimento já com elevado grau de sofisticação, que já demonstrou ser eficaz na desinfeção de fossas nasais, mesmo para bactérias multirresistentes onde as alternativas terapêuticas existentes falham sempre, ou seja, tem sido possível fazer a inativação de bactérias multirresistentes com a terapia fotodinâmica. Este elevado grau de sofisticação faz prever o maior sucesso da terapia para combater a Covid-19».
A investigação junta em consórcio a Universidade de Coimbra (UC), através de equipas multidisciplinares das faculdades de Ciências e Tecnologia (FCTUC) e de Medicina (FMUC), o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e as empresas LaserLeap (Coimbra), que coordena o projeto, e Ondine Biomedical (Canadá), líder mundial na fotodesinfeção antibacteriana.
Os primeiros testes vão arrancar já em outubro, na Faculdade de Medicina da UC, com amostras de vírus de doentes infetados por Covid-19 fornecidas pelo Serviço de Doenças Infeciosas do CHUC.