Pandemia piorou bem-estar físico e psicológico de adultos e idosos

Os resultados iniciais de um estudo da Universidade de Coimbra revelam que «o período de confinamento obrigatório favoreceu significativamente o desenvolvimento de maiores níveis de sintomatologia depressiva e, consequentemente, pior qualidade de vida nos portugueses».
A equipa de investigadores está a desenvolver um estudo para avaliar o real impacto do isolamento social imposto pela pandemia de COVID-19 no bem-estar físico e psicológico de adultos e idosos, especialmente no desenvolvimento de psicopatologia e na associação ao risco para declínio cognitivo.
Sandra Freitas, do Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC) revela que os resultados finais do estudo ainda em curso serão fundamentais «para compreender o modo como a saúde mental de cada franja sociodemográfica sai afetada com esta crise pandémica, tecer recomendações baseadas na realidade portuguesa, planear intervenções futuras para a prevenção da saúde mental em situações similares, entre muitos outros aspetos».
A investigadora afirma ainda que as conclusões desta investigação se destinam a todos os «cuidados de saúde primários (clínica geral e familiar) e especializados (psiquiatria, neurologia, psicologia e todos os profissionais da saúde mental), bem como à população em geral, alertando e sensibilizando para as problemáticas e franjas populacionais de maior risco».
No âmbito deste projeto, também foi desenvolvida uma página web, CuidaIdosaMente, com o objetivo de aumentar a literacia para a saúde mental e fornecer estratégias preventivas a toda a população, ou seja, clarifica Sandra Freitas, «pretendemos dar a conhecer os fatores de risco para a saúde mental durante o isolamento social e partilhar conhecimentos e estratégias que promovam a sua prevenção».