A nova terapia anti-retroviral cabotegravir pode ser uma “viragem” no combate ao HIV, segundo um estudo que mostra que é muitas vezes mais eficaz na prevenção do HIV em mulheres do que a PrEP, indicou o UNAIDS.
Injetado em mulheres a cada dois meses, o cabotegravir é 89% mais eficaz na prevenção do HIV do que os comprimidos diários de PrEP, profilaxia pré-exposição, disse o órgão da UNAIDS.
“A UNAIDS há muito pede opções adicionais, aceitáveis e eficazes de prevenção do HIV para as mulheres, e isto pode ser uma verdadeira viragem”, disse o seu chefe do programa das Nações Unidas para o combate ao HIV, Winnie Byanyima numa declaração.
“Se os doadores e os países investirem na introdução do acesso ao PrEP injetável para mulheres com maior risco de HIV, novas infeções podem ser drasticamente reduzidas.”
O ensaio envolveu mais de 3.200 mulheres entre 18 e 45 anos com maior risco de contrair o HIV, o vírus que causa a SIDA, no Botswana, Quénia, Malawi, África do Sul, Eswatini, Uganda e Zimbabwe, detalhou a UNAIDS.
Segundo a organização, os monitores especialistas interromperam o estudo antes do planeado por existirem “evidências estatísticas claras mostrando que o medicamento injetável é mais eficaz do que um comprimido diário”.
A UNAIDS considerou que os resultados dos testes foram importantes para impulsionar a luta contra a SIDA, oferecendo às mulheres novas maneiras de se protegerem além do uso de comprimidos diários, o uso de preservativos ou a abstinência sexual.
“Como com uma vacina Covid-19, agora devemos trabalhar para garantir que essas injeções que mudam vidas sejam acessíveis e distribuídas de forma equitativa para as pessoas que optarem por usá-las”, disse Byanyima.