Por Mariana Salvador Fernandes
Os rótulos alimentares possuem uma série de menções obrigatórias destinadas a fornecer toda a informação necessária sobre o produto alimentar. Porém, quando o objetivo é a busca de uma alimentação saudável há duas menções que se destacam – a lista de ingredientes e a declaração nutricional.
Em primeiro lugar, deverá olhar para a lista de ingredientes. Esta encontra- se organizada do ingrediente que está em maior quantidade para o que está em menor quantidade. A partir desta informação poderá desde logo evitar os produtos que contenham açúcares ou gorduras nos primeiros lugares.
Todavia, é importante realçar que estes dois nutrientes podem ter diversas denominações:
Açúcar ≈ sacarose, açúcar invertido/amarelo/mascavado/coco, glicose, frutose, maltose, dextrose, extrato de malte, amido modificado, melaço, mel, açúcar, xaropes…
Gordura ≈ gordura hidrogenada ou parcialmente hidrogenada, gordura ou óleos vegetais, manteiga, margarina, manteiga de cacau, ácidos gordos ….
No que diz respeito aos aditivos alimentares, existem determinados aditivos totalmente inócuos e efetivamente necessários para manter as caraterísticas do produto alimentar. Por exemplo, o E300 ou ácido ascórbico é nem mais nem menos do que vitamina C e atua como antioxidante, evitando o escurecimento de sumos de fruta, por exemplo.
As condições de utilização dos aditivos encontram-se regulamentadas, designadamente a nível das doses permitidas e dos géneros alimentícios em que podem ser usados. Deste modo, se utilizados nas condições estabelecidas e consumidos em quantidades inferiores às doses diárias admissíveis (DDA) estabelecidas, não parecem apresentar problemas para a saúde.
Ainda assim, a quantidade de produtos alimentares que, atualmente, contêm aditivos é muito elevada e a ingestão de vários produtos com aditivos pode resultar numa ingestão diária total dos mesmos superior à DDA. Da mesma forma, os efeitos da interação entre diferentes aditivos ainda não são totalmente conhecidos, bem como os efeitos a longo prazo da ingestão dos mesmos.
Na verdade, a maioria dos aditivos pode ser perfeitamente dispensada. Por exemplo, as barritas energéticas contêm frequentemente na sua composição uma extensa lista de aditivos, tais como emulsionantes, humidificantes, espessantes, gelificantes, corantes, agentes de volume e de endurecimento e edulcorantes, por forma a melhorar as suas caraterísticas organoléticas. Contudo, existem igualmente no mercado barritas com apenas três ingredientes: tâmaras, amendoim e sal, por exemplo.
Assim, à partida, uma lista com menor número de ingredientes e com nomes que reconheça será uma melhor opção.
De seguida, deverá olhar para a declaração nutricional, de forma a avaliar o verdadeiro impacto dos ingredientes na composição nutricional do alimento. Por exemplo, um produto alimentar poderá conter açúcar, mas apenas 0,5 g por porção, o que poderá não ser significativo.
O descodificador de rótulos da DGS, para alimentos sólidos e para bebidas, é um aliado nesta tarefa. Através dele consegue perceber, por nutriente, se o alimento é uma boa opção para si:
Há também que diferenciar os produtos alimentares. A título de exemplo, os frutos secos têm um elevado teor de gordura, mas o seu consumo controlado é benéfico para a saúde.
Assim sendo, na hora de fazer as suas compras, não deixe de tomar atenção aos rótulos alimentares. Só assim conseguirá identificar se o produto é o mais adequado para si e para os seus objetivos nutricionais.
