Festival de cinema em São Paulo exibe filmes sobre a independência de países africanos

Para celebrar o mês da consciência negra, a mostra África(s), Cinema e Revolução leva a São Paulo 39 filmes, entre curtas e longas-metragens, que retratam a independência de países africanos e o papel das mulheres nesse contexto. Os filmes, grande parte inéditos no país, serão exibidos na Caixa Belas Artes, entre os dias 10 a 23 deste mês.

As sessões de cinema serão acompanhadas por oficinas e debates com cineastas e especialistas. Entre as produções estão os filmes de Santiago Álvarez, figura central do cinema revolucionário cubano, que filmou em Angola e Moçambique os documentários O milagre da terra morena (1975), Maputo, meridiano novo (1976) e Nova sinfonia (1982), que retratam o período pós-independência nesses países.

Baseados nas obras literárias do escritor angolano José Luandino Vieira, os filmes de Sarah Maldoror, Monangambee (1968) e Sambizanga (1972), abordam a independência de Angola, conquistada em 11 de novembro de 1975. As obras da cineasta, de caráter combativo, têm famoso histórico de censuras. Um de seus filmes foi queimado e as fotografias que restaram da produção são base de um novo filme, também em cartaz na mostra, Prefácio a Fuzis para Banta (2011), de Mathieu Abonnenc.

As mulheres africanas são tema central de parte dos filmes exibidos na mostra. Mulheres da guerra (1984), da cineasta holandesa Ike Bertels, aborda a participação de soldadas nas lutas de independência. A produção portuguesa que não estreou comercialmente no Brasil, Yvone Kane (2014), de Margarida Cardoso, traz a atriz brasileira Irene Ravache como uma das protagonistas, contando a história da busca por uma importante guerrilheira africana.

Duas oficinas gratuitas sobre Memória e Audiovisual terão como convidadas a cineasta Raquel Schefer, no dia 12, e a documentarista e pesquisadora Lilian Solá Santiago, no dia 19. Estarão presentes também Ruy Guerra, que filmou em Moçambique nas décadas de 1970 e 1980, Celso Luccas, que codirigiu, durante o exílio do Teatro Oficina, o primeiro longa-metragem moçambicano, o “25” (1975), entre outros nomes.

Veja aqui a programação completa.

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