Relatório da Procuradoria-Geral da República de Portugal revela que o número de queixas relacionadas com o cibercrime aumentou de forma exponencial. Até 16 de abril já foram recebidas 162 queixas e reencaminhadas para abertura de inquérito 28, no ano passado foram denunciadas 193 situações, das quais 67 deram origem a um inquérito no Ministério Público.
O relatório refere que este tipo de crime “se multiplicou de forma muito expressiva” em março, com um aumento de 230%, tendo em consideração valores de fevereiro e ainda mais em abril: 165% apenas até ao dia 16. Segundo o relatório, o aumento de 165% da prática deste crime até ao dia 16 “permite calcular que, a manter-se esta tendência, o aumento percentual de abril poderá ser superior a 300%”.
A maioria dos crimes referenciados pelos cidadãos referem-se fraudes na utilização da aplicação de pagamentos MB WAY, difusão de mensagens de email e SMS contendo malware (vírus informáticos), campanhas de ‘phishing’ e extorsão por email.
O relatório sublinha que “Uma boa parte destas práticas criminosas já existiam anteriormente, mas vieram a ganhar um novo espaço nas redes de comunicação. Porém, as estatísticas da Justiça, em geral, aglomeram os crimes segundo os tipos legais (por exemplo burlas, crimes contra a honra, crimes contra o direito de autor), não separando aqueles que ocorrem ‘online’ dos restantes e, por isso, não é fácil aperceber, do ponto de vista estatístico, a real dimensão da cibercriminalidade”.