Os membros do Comité Central da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) decidiram marcar o II congresso extraordinário inclusivo para setembro, tendo o anúncio sido feito em conferência de imprensa por Tristão Ernesto.
De acordo com o político, o congresso projetado para 1.451 delegados tem a sua efetivação dependente da evolução das medidas de exceção decorrentes do Estado de Calamidade Pública, em vigor no país, e do levantamento da cerca sanitária da província de Luanda.
O membro Ndonda Nzinga explicou que o conclave pretende estabelecer um segmento de unificação e unidade da formação política para não deixar a mesma morrer.
Outro membro, Pedro Gomes, defendeu que a atual direção da organização política está “caduca” e que o congresso visa a implementação de outra dinâmica interna, de forma a se “livrar das garras” do dirigente Lucas Ngonda.
“Ele, Lucas Ngonda, é o principal fator de instabilidade no partido. Já não deve estar aí. Deve sair”, disse.
O anúncio do congresso feito por uma das alas desavindas com a atual direção do partido voltou assim a causar discussões internas, uma vez que Ngonda respondeu às declarações de que foi alvo.
O presidente da FNLA acusou Pedro Gomes e os restantes de serem “aventureiros” que tentam alcançar o pódio da presidência sem passarem pelas normas e pelos processos legais que conduzem a esse cargo.
Lucas Ngonda lembrou que Pedro Gomes já participou em duas eleições, tendo sido derrotado, o que levou à criação de grupos paralelos que têm trabalhado para a desestabilização da organização política.
“Quem trouxe a reunificação do partido fui eu. Mandei chamar todos. Mas o senhor Pedro Gomes sempre envia delegações. Nunca esteve interessado na unificação porque autointitula-se como presidente. É um aventureiro que anda por aí”, concluiu.