O ex-secretário municipal da UNITA em Viana, Daniel Mário Jaul, deu uma conferência de imprensa nesta quinta-feira, 20 de maio. No entanto, a mesma não chegou ao fim devido a um tumulto na sala criado por militantes do partido, que gritaram a palavra “traidor”.
O político acabou por ser escoltado e retirado da sala por dez agentes da Polícia Nacional. O reforço policial ocorreu a pedido dos dois agentes que se encontravam em serviço no interior do espaço onde decorreu a conferência de imprensa.
Daniel Mário Jaul tinha convocado a imprensa para partilhar o seu desagrado com a UNITA. Assim, começou por descrever a sua trajetória na maior formação política na oposição em Angola, em cujas fileiras entrou em 1981 e onde chegou a ocupar o cargo de instrutor político-militar na Jamba, antigo bastião do partido, localizado na província do Cuando Cubango.
Jaul disse que “a UNITA continua com princípios caducos”, tendo dado o exemplo de que “quem é da UNITA não pode conviver com membros de outros partidos políticos”, entre outras críticas.
Poucos minutos depois do início da conferência foi interrompido pelos militantes da UNITA presentes no local, que ficaram irritados após o antigo secretário municipal ter declarado que foi exonerado “sem nenhum aviso” e começaram a gritar “traidor”. Seguiram-se arremessos de cadeiras e trocas de palavras entre alguns dos presentes.
Em reação ao sucedido, o secretário municipal interino da UNITA em Viana, Bila Felipe, afirmou à imprensa que, “até ontem, eu tinha muita admiração pelo mais velho Daniel Jaul”, mas que “ele não pode, nem deve, falar mal de um partido histórico, como é a UNITA”.