O general na reserva e deputado Paulo Lukamba é apontado como o possível novo presidente da UNITA, caso o Tribunal Constitucional de Angola decida invalidar o congresso que elegeu Adalberto Costa Júnior como presidente da formação política.
A informação foi avançada por uma fonte ligada à UNITA, que disse ainda que Lukamba tem estado na cidade do Sumbe, na província do Cuanza Sul, a reunir-se com o executivo provincial e municipal.
Paulo Lukamba já dirigiu a UNITA, em 2002, após a morte do presidente e fundador da UNITA, Jonas Savimbi, e até à eleição de Isaías Samakuva.
Costa Júnior acusa MPLA e João Lourenço
Entretanto, Costa Júnior manifestou-se novamente em relação à possibilidade de deixar o cargo de dirigente, ao denunciar a perseguição política do MPLA e do Presidente da República, João Lourenço, que, segundo o político, estão a manipular o Tribunal Constitucional para afastá-lo da liderança da UNITA.
“Estes são bem piores do que o anterior Presidente”, afirmou, fazendo assim menção a José Eduardo dos Santos. Costa Junior continua a ser acusado de ter dupla nacionalidade (angolana e portuguesa) na altura da eleição, algo que os estatutos do congresso “nem sequer proibiam”, disse.
A polémica ocorre dois anos depois da vitória de Costa Júnior na corrida à sucessão de Samakuva. Nessa altura, o Tribunal Constitucional validou os resultados do congresso.
“Este caso da UNITA é interessante, porque é o mesmo TC [Tribunal Constitucional] que legalizou [os resultados do congresso] que agora, quase na altura em que a campanha [para as eleições de 2022] está a começar, retoma um dossier com o objetivo de ilegalizar [o líder da oposição] e, ainda por cima, com o envolvimento de procuradores que nada têm a ver com o processo e com a publicação de pareceres escandalosamente desviados do direito”, disse o visado.
“Isto é um problema do carácter do regime, da democracia que este país não conhece. Está nos papéis, está nas nossas leis, mas não é praticada por uma geração de políticos que não conseguiu reformar as suas mentes e que tem trazido o país refém”, concluiu.