O presidente do grupo parlamentar do MPLA, Américo Cuononoca, reconheceu publicamente que há fome extrema e miséria em Angola, contrariando desta forma as afirmações do Presidente da República, João Lourenço, uma vez que o mesmo garantiu em março que não há fome no país, mesmo após várias denúncias divulgadas por órgãos de comunicação social.
Cuononoca pediu “imensas desculpas” ao povo angolano sobre os seus pronunciamentos anteriores sobre a inexistência da fome, que continua a matar centenas de pessoas em todo o país.
“Reconhecemos claramente que há fome em Angola, inclusive a fome extrema. Uma das lutas do Executivo é justamente acabar ou diminuir a fome. Peço desculpas a toda população. Não era isso que eu queria dizer inicialmente”, disse.
“Eu conheço o país não só pela minha formação académica e cultural. Conheço muito bem Angola no ponto de vista cultural, socioeconómico e peço imensas desculpas. Não era bem isso que eu queria dizer”, reforçou.
No entanto, o dirigente salientou que “há um esforço gigantesco da parte do Executivo e que todas as pessoas devem envolver-se na cooperação e contribuição para que a fome fosse mitigado sobretudo as famílias mais vulneráveis”.
O político lembrou que no dia 17 de abril o grupo parlamentar da formação política no poder distribuiu cerca de 24 toneladas de bens alimentares de primeira necessidade para várias famílias, na sua maioria vulneráveis, no município de Cacuaco, em Luanda.
“Fomos ao Cacuaco e oferecemos 24 toneladas de comida para as pessoas vulneráveis e não seria sensato, até paradoxo, dizer que não há fome em Angola, poucas semanas depois”, concluiu, ajuntando que “há que reconhecermos que há muita fome e a estratégia do nosso Executivo é lutar contra este mal”.