O diretor dos Assuntos Multilaterais do Ministério das Relações Exteriores (MIREX) de Angola, Mário Constantino, afirmou que o país quer uma atuação coordenada entre os Estados do Golfo da Guiné para o reforço da segurança marítima na região. Esta posição foi partilhada com a imprensa, na sequência do segundo dia da sessão de peritos, preparatória da 49.ª reunião do Comité Consultivo Permanente das Nações Unidas encarregue das Questões de Segurança na África Central (UNSAC).
De acordo com dados oficiais, a região do Golfo da Guiné tem oito por cento dos recursos de petróleo do mundo, além de atividades pesqueiras e tráfego marítimo significativos. O responsável dos Assuntos Multilaterais do MIREX e também Ponto Focal de Angola na UNSAC considera que este quadro torna a zona numa das áreas mais perigosas para os marinheiros.
Para Constantino, apesar de os países possuírem estratégias nacionais para combaterem a pirataria no Golfo da Guiné, só a existência de uma cooperação internacional pode tornar a região mais segura, eficaz e voltada à paz.
“Angola dá uma importância à segurança no Golfo da Guiné, por causa da importância que o mar tem para a nossa economia”, declarou nesta quarta-feira, 27 de novembro.
Em relação ao tema do desarmamento, referiu que foi avaliada na sessão o grau de implementação das convenções relativas à adesão dos países ao tratado de comércio de armas, que, por enquanto, grande parte dos países da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) ainda não aderiu. Mário Constantino defende que a adesão a este instrumento é essencial para a manutenção da segurança na região, por proibir a circulação ilegal de armas de pequeno porte.
Recorde-se que Angola, país que está a orientar os trabalhos da 49.ª reunião da UNSAC, assumiu na terça-feira a presidência rotativa do comité, criado em 1991. Da região do Golfo da Guiné fazem parte Angola, Costa do Marfim, Gana, Togo, Benin, Nigéria, Camarões, Guiné Equatorial, Gabão, São Tomé e Príncipe, República Democrática do Congo e República do Congo.