O Presidente da República angolano, João Lourenço, fez um discurso sobre o Estado da Nação esta segunda-feira, 15 de outubro. Um dos assuntos de destaque na abertura da 2.ª sessão legislativa da IV Legislatura da Assembleia Nacional foi o “combate sem tréguas” à corrupção praticada no país, uma medida que deve ser tomada com “seriedade e firmeza”.
Para João Lourenço, é necessário continuar a batalhar contra o “sentimento de total impunidade” que se tinha imposto no país antes do seu Governo subir ao poder e colocar um “freio” em situações que prejudicavam a imagem e credibilidade de Angola, “fatores que também inibiam muitos dos potenciais investidores interessados”. O político garantiu que, enquanto ocupar o cargo de Chefe de Estado, não haverá ninguém “privilegiado” perante a lei.
O Presidente da República, e também titular do poder Executivo, voltou a lembrar os esforços feitos na área da Economia, tendo estes sido dirigidos principalmente para a estabilização cambial, através da redução da significativa desigualdade existente entre a taxa de câmbio praticada nos mercados formal e informal. Segundo João Lourenço, em janeiro esta era de 150%, um valor dois vezes e meio superior ao oficial, tendo reduzido até ao momento para 20%, uma meta que só se esperava ser alcançada no final do ano.
O setor do petróleo foi também referido. O político não considera “aceitável” que Angola, o segundo maior produtor de crude africano, a sul do Saara, “não tenha uma refinaria à altura”. Como tal, lembrou que está a ser definida uma estratégia para resolver este problema, que deve garantir “uma grande refinaria no Lobito, com capitais mistos, uma refinaria em Cabinda, com capitais privados, dimensionada para aquele mercado, e o aumento da capacidade de refinaria de Luanda”.
O Chefe de Estado mencionou ainda as suas inúmeras deslocações ao estrangeiro, às quais chamou de “verdadeira diplomacia económica”, destacando que o objetivo subjacente em todas elas foi o de “reforçar as relações de amizade e de cooperação e o investimento estrangeiro em Angola”.
Outro dos temas deste discurso foi a afluência massiva às urnas, o que permitiu “a realização com êxito de mais um processo eleitoral, uma verdadeira festa da democracia que todos pretendemos se venha realizar com regularidade, com a livre participação dos cidadãos e num clima de paz, civismo e harmonia social”, afirmou o Presidente.