A delegação angolana na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) abandonou a reunião negocial que decorreu esta semana por divergências sobre o corte nas quotas de produção, em particular dos países africanos. Apesar do abandono, o representante de Angola na OPEP, Estêvão Pedro, disse que “não há nenhum pensamento” no sentido do país sair da organização.
As agências internacionais adiantam que os membros do cartel que representa a maioria da produção de petróleo mundial se desentenderam sobre as metas de produção de Angola, Guiné Equatorial e Nigéria. A Arábia Saudita e os seus aliados queriam impor quotas mais baixas para a produção petrolífera dos países africanos, numa tentativa de aumentar os preços para o próximo ano, mas deparam com a oposição daqueles países cuja exploração da matéria-prima representa um aumento das receitas, num contexto de dificuldades económicas na região.
A divergência verificada retoma o desacordo de junho, quando Angola, a República do Congo e a Nigéria foram forçados pelo ministro da Energia da Arábia Saudita, Prince Abdulaziz bin Salman, a aceitar uma redução no limite de produção para 2024, refletindo a fraca capacidade dos países africanos, quer de influência, quer de produção petrolífera.