O Governo angolano decidiu partilhar o balanço dos resultados obtidos com a “Operação Transferência”, que teve início há quase um ano, a 25 de setembro de 2018. A referida operação serve para combater crimes como imigração clandestina, pesca ilegal, narcotráfico, contrabando de mercadorias, garimpo e tráfico de diamantes.
Foi em conferência de imprensa, em Luanda, que o ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, Pedro Sebastião, informou que cerca de 550 mil imigrantes clandestinos foram detidos, tendo mais de 430 mil deles abandonado voluntariamente o país e cerca de 90 mil sido repatriados.
De acordo com os dados divulgados nesta segunda-feira, 23 de setembro, o Estado angolano gasta anualmente três a quatro mil milhões de dólares (cerca de 2.722.040.000 a 3.629.390.000 euros) com o repatriamento de imigrantes clandestinos.
O Governo mencionou ainda que grande parte dos imigrantes ilegais era oriunda da República Democrática do Congo, seguida pelo Senegal, Mali, Eritreia, Guiné Conacri e, em número mais reduzido, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e Cuba.
Durante a operação, que começou nas províncias das Lundas Norte e Sul, Cabinda, Malanje, Moxico, Bié, Uíge e Zaire, para depois estender-se ao resto de Angola, as Organizações Não Governamentais (ONGs) denunciaram alegados excessos por parte de agentes policiais, o que foi desmentido pelas autoridades.
No âmbito do processo, Pedro Sebastião informou também que “cerca de 35 mil quilates de diamantes foram apreendidos”, além de terem sido encerradas “96 cooperativas ilegais de diamantes, quatro projetos mineiros e 289 casas de compra de diamantes”.
Quanto às atividades desta iniciativa relacionadas com os cerca de 1.600 quilómetros da orla costeira angolana para combater o tráfico de drogas, o contrabando de mercadorias e a pesca ilegal, declarou que foram efetuadas 1.400 missões, tendo sido registadas 390 interpelações.
Desta vertente da “Operação Transparência” terão sido apreendidas 356 embarcações de pesca, 165 mililitros de combustíveis, mais de 250 toneladas de pescado e 50 de crustáceos. Segundo os dados divulgados igualmente nesta segunda-feira pelo Governo, o Estado angolano arrecadou com esta vertente mais de 237 mil euros, através da aplicação de multas.