O Governo angolano confirmou esta quinta-feira, 29 de novembro, que em setembro de 2017 tinha efetivamente 15 mil milhões de dólares em reservas internacionais líquidas (RIL) nos cofres do Estado, tal como afirmou recentemente o antigo Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos.
“Não deixei os cofres do Estado vazios”, garantiu em conferência de imprensa, onde disse que deixou mais de 15 mil milhões de dólares nas contas do Banco Nacional de Angola (BNA). Esta foi uma resposta em reação a afirmações feitas pelo atual Chefe de Estado, João Lourenço, que referiu numa entrevista que encontrou os cofres do Estado vazios quando tomou posse.
A confirmação do Governo sobre as declarações do antecessor de João Lourenço foi feita numa conferência de imprensa realizada em Luanda, onde não foi autorizada a entrada de órgãos de comunicação social estrangeiros e os órgãos privados não tiveram direito a fazer perguntas. O nome do antigo governante não foi pronunciado, tendo o ministro de Estado do Desenvolvimento Económico e Social, Manuel Nunes Júnior, feito apenas um balanço do Programa de Estabilização Macroeconómica (PEM), cujos dados confirmam o que foi dito por José Eduardo dos Santos.
“Tendo em conta que o consumo interno no país continua ainda muito dependente das importações, Angola registou, entre 2014 e 2017, défices sucessivos da conta corrente e da balança de pagamentos, com efeitos negativos nas RIL, que passaram de cerca de 27.200 milhões de dólares, em 2014, para cerca de 15.000 milhões de dólares em 2017. Quer dizer que, num período de três anos [governação de José Eduardo dos Santos], o país terá deixado de contar com cerca de 12.000 milhões de dólares nas RIL”, afirmou o ministro, de acordo com a transmissão da conferência de imprensa em direto, feita através dos órgãos de comunicação social angolanos.