Foram divulgadas novas provas condenatórias, apresentadas no Tribunal Superior de Londres, referentes a uma alegada conspiração de grande alcance levada a cabo pelo Governo dirigido pelo atual Presidente da República de Angola, João Lourenço, para usurpar ilegalmente os bens da empresária Isabel dos Santos.
Numa série de revelações, as evidências indicam, alegadamente, que o polémico ‘Luanda Leaks’ de janeiro de 2020 não foi realizado por denunciantes “whistleblowers”, mas sim por um ataque direcionado dos serviços secretos angolanos que operaram sob a direção expressa da liderança de João Lourenço.
As provas referem que os materiais publicados durante o chamado ‘Luanda Leaks’ foram obtidos ilegalmente, manipulados e usados como elemento central de uma ampla “estratégia de apropriação de ativos” concebida pela administração de João Lourenço para “acusar, difamar e isolar ilegalmente Isabel dos Santos, permitindo assim ao Estado angolano confiscar ilegitimamente os seus bens”.
Recorde-se que outros documentos já tinham sido apresentados anteriormente no Tribunal em Angola, onde era igualmente mencionado que provas forjadas e falsificadas foram usadas pelo Estado angolano no processo de arresto dos bens de Isabel dos Santos.
Essas alegadas provas forjadas incluíam uma falsificação de passaporte, um conjunto de emails fraudulento, um memorando dos serviços secretos angolanos a descrever uma transação falsa da Unitel, um contrato de empréstimo falsificado da Sonangol e um relatório forjado da Polícia Judiciária portuguesa.
As novas provas apresentadas ao Tribunal Superior de Londres demonstram como os ataques do Estado angolano a Isabel dos Santos foram impulsionados não só por motivos políticos e financeiros, mas também como forma de distrair a opinião pública da corrupção e do suborno que assola o atual Governo, incluindo altos funcionários e a petrolífera estatal Sonangol.