A empresária angolana Isabel dos Santos escapou à constituição como arguida na mega-operação de buscas e apreensões judiciais a casas e escritórios localizados em Lisboa, Porto e Algarve, zonas de Portugal, por encontrar-se fora do território português nos dias das diligências.
Na operação realizada na quinta e sexta-feira passadas, dias 18 e 19 de junho, respetivamente, no Norte e Sul de Portugal, foram indiciados vários arguidos. No entanto, essa ausência da filha do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos terá evitado a sua constituição como arguida.
As buscas e apreensões judiciais ocorreram no quadro de sete inquéritos judiciais que correm contra a empresária angolana no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP). As empresas da empresária angolana que estão sediadas em Portugal podem ter cometido vários crimes económico-financeiros naquele país.
Sabe-se que em Lisboa, no primeiro dia de buscas, o escritório Uría Menéndez – Proença de Carvalho, onde trabalhava até janeiro deste ano Jorge Brito Pereira, que era advogado de Isabel dos Santos, foi um dos alvos de buscas, entre outros.
O DCIAP investiga, nestes processos, possíveis crimes de branqueamento de capitais relacionados com movimentos financeiros comunicados recentemente por alguns bancos, como do próprio EuroBic, e os levantamentos de dinheiro da conta bancária da Sonangol na mesma instituição financeira, em novembro de 2017, pelo gestor de conta de Isabel dos Santos.