O líder do MPLA e atual Presidente de Angola, João Lourenço, alertou que o seu partido ficará cada vez mais enfraquecido se se continuar a pensar que tolerância zero para com a corrupção significa nada fazer.
A declaração foi feita durante o discurso realizado na abertura da VII Sessão do Comité Central, que decorreu no Centro de Conferências de Belas (CCB), em Luanda, e que serviu para convocar o VII Congresso extraordinário do MPLA.
“Se continuássemos a agir assim, a médio, longo prazo, o partido cairia no descrédito com sérias consequências para a nossa manutenção como força governante. É isto que pretendemos evitar”, afirmou, acrescentando que o combate à corrupção não vai fragilizar a força política que representa.
Foi mencionado que o Executivo conseguiu recuperar mais dois mil milhões de dólares americanos em dinheiro num banco de Londres e ainda mais um bilião de dólares em património, bem como um diferente tipo de ativos nas Ilhas Maurícias e em outras partes do mundo.
Segundo o chefe de Estado, os referidos recursos constituem parte dos cinco mil milhões de dólares americanos do Estado angolano e que, contra todas as normas e regras do funcionamento dos Fundos Soberanos do Estados, estes “eram geridos por uma única entidade estrangeira” que o próprio Fundo não controlava.
Com base nestes resultados, o dirigente do MPLA garantiu que o Executivo vai continuar a trabalhar no repatriamento coercivo dos capitais e na perda alargada dos bens daqueles que optaram por “ignorar e desperdiçar a oportunidade ímpar, dada até 26 de dezembro de 2018”, de devolverem os bens por livre vontade.