O Presidente angolano, João Lourenço, não aprovou a realização de uma designada “marcha dos milhões”, convocada recentemente pelo seu partido, MPLA. O objetivo da mesma era dar resposta a um comício promovido pela UNITA no sábado passado, 11 de setembro, em Luanda.
Recorde-se que essa marcha visava exigir a realização de eleições justas e transparentes em Angola. No entanto, o chefe de Estado decidiu desmobilizar a marcha do MPLA, formação política no poder, devido a quatro fatores.
Um deles é pelo facto de João Lourenço considerar que o MPLA não deve agir em função da agenda dos seus opositores políticos.
Outro motivo deve-se ao facto de a marcha do principal partido da oposição ter levado a Comissão Multissectorial para Prevenção e Combate à Covid-19 a alertar quanto aos riscos da propagação da doença. Assim, uma atividade idêntica por parte do MPLA estaria a diminuí-lo no seu papel de “autoridade moral” junto da sociedade.
Além de que, outro fator apontado pelo governante, a oposição marchou para exigir “eleições justas e transparentes” no país e, caso a organização política no poder ripostasse, poderia transmitir a ideia de ser uma marcha oposta, nesse caso, “contra eleições transparentes”.
Por fim, o Comité Provincial do MPLA em Luanda realizou uma reunião de balanço nesta quarta-feira, 15 de setembro, tendo reconhecido igualmente que o momento não era oportuno para dar resposta à UNITA. Isto porque haveria o risco de a atividade não ter muita adesão, o que colocaria em cheque a imagem de “máquina mobilizadora” do partido no poder.