O presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, tem sido o único deputado da Assembleia Nacional de Angola que não toma proveito pessoal do salário mensal a que tem direito como membro do Parlamento.
Desde que assumiu a liderança do maior partido da oposição, em novembro do ano passado, que abdicou de todo o seu salário para essa quantia ir para os cofres da formação política.
Desde a abertura do multipartidarismo em Angola que os diferentes dirigentes da UNITA estabeleceram uma agenda própria relacionada com a acomodação na Assembleia.
Em 1992 o líder fundador desta organização política, Jonas Savimbi, estipulou que, caso vencesse as eleições naquele ano, iria abdicar da liderança do partido para poder dedicar-se exclusivamente aos assuntos de Estado. Se perdesse, dedicar-se-ia apenas ao partido, com Carlos Morgado a liderar a bancada parlamentar.
Já Isaías Samakuva decidiu, assim que foi eleito como deputado nas eleições gerais de 2008, dedicar-se exclusivamente à UNITA, colocando de lado a casa das leis.
Agora, Costa Júnior disse que deveriam seguir o modelo universal, com destaque ao da região austral de África, em que os líderes dos maiores partidos da oposição intercalam fazendo a política no Parlamento para ganhos políticos. Apesar de não ter renunciado do posto de deputado, como fez Samakuva, dispensou os salários a favor da formação política que representa.
Os ganhos de Costa Júnior vêm então de uma reforma a que tem direito no quadro dos acordos de Luena, que enquadrou todos os altos responsáveis e oficiais da guerrilha da UNITA, na Caixa Social das Forças Armadas Angolanas.