As intervenções dos deputados do grupo parlamentar da UNITA passaram a ter que ser primeiramente aprovadas pela direção do partido a partir do dia 23 deste mês de janeiro, antes de poderem ser apresentadas na Assembleia Nacional. Esta trata-se de uma medida de precaução contra eventuais “pronunciamentos descoordenados”.
A decisão foi tomada durante uma reunião do grupo parlamentar, realizada a 21 deste mês e orientada pelo líder da formação política, Adalberto Costa Júnior, durante a qual ficou decidido que os deputados devem remeter por escrito as suas intervenções, com o objetivo de passarem pelo crivo para serem homologadas.
Foi o dirigente da UNITA quem deu esta ideia, justificada pelo facto de ser necessário haver uma sincronização de todas as intervenções para o público acompanhar o desempenho da bancada parlamentar durante as sessões no Parlamento, que começaram a ser transmitidas em direto pela Televisão Pública de Angola (TPA) e pela Rádio Nacional de Angola (RNA).
No entanto, segundo a fonte que partilhou esta informação após ter participado na referida reunião, a nova medida não foi acolhida com agrado por parte dos deputados, que consideram que a mesma atenta contra a liberdade de expressão dentro da própria organização política, que alega ser uma formação cujo estandarte é a democracia, que consagra valores como a liberdade de se expressar livremente.
Apesar de não estarem contentes com a ideia do dirigente, não existe um pronunciamento aberto contra a decisão, uma vez que há pena de incorrerem em acto de desobediência, de acordo com os estatutos do partido. Ainda assim, a implementação desta medida poderá não ter sucesso, uma vez que um grupo de 18 deputados pretende contestá-la numa carta, que remeterá nos próximos dias a Adalberto Costa Júnior, através do grupo parlamentar, dirigido atualmente por Liberty Chyiaka.