São mais de 300 os militantes da FNLA, provenientes de todas as províncias de Angola, que se encontram acampados há já cinco meses ininterruptos à frente da sede do partido, em Luanda. O objetivo do protesto deve-se à exigência de que o presidente desta força política, Lucas Ngonda, seja demitido.
“Não vamos desistir, mesmo dois anos estamos aqui. Desde que, em 2010, o Tribunal Constitucional lhe deu a legalidade, Lucas Ngonda transformou o partido numa propriedade”, declarou o militante Carlos Koxe ao “NJOnline”.
No entanto, o grupo acampado começa a ter problemas para conseguir obter a alimentação diária e, até ao momento, Ngonda nunca apareceu para dialogar com os militantes, cuja maioria se encontra acima dos 60 anos de idade.
“Que presidente é esse que não quer enfrentar os militantes do seu partido?”, questionou o militante Esteves Muanda, cuja opinião é partilhada por muitos dos protestantes, ao ter referido que o dirigente não aparece nos encontros marcados porque sabe que lhe vão ser pedidas justificações.
“A FNLA é um partido histórico mas corre o risco de desaparecer devido à ganância do seu líder. Por isso, não vamos permitir que isso aconteça”, lamentaram, acusando o Tribunal Constitucional de ser o responsável pela “tragédia” que assola o partido.
Uma fonte próxima do líder da FNLA veio desvalorizar estes protestos, alegando que os seus mentores pretendem “assaltar a liderança do partido”. “Lucas Ngonda é presidente reconhecido pelo Tribunal Constitucional. Não faz sentido mobilizar militantes para se concentrarem na sede do partido, onde estão a passar mal desnecessariamente”, referiu.