A classe política e a sociedade civil em Angola alertaram publicamente para o facto de haver, a um ano das eleições presidenciais, um mal-estar entre o Presidente da República, João Lourenço, e o líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior. A preocupação em relação a esta situação deve-se ao facto de o problema poder interferir no acto eleitoral.
Receia-se assim que haja uma escalada de violência pré e pós-eleitoral. Este foi um dos temas discutidos no debate “A Caminho das Eleições”, organizado pela Plataforma Para Cidadania e pelo Centro de Debates e Estudos Académicos, onde as opiniões dividiram-se.
Para o secretário-geral do Partido de Renovação Social (PRS), Rui Malopa, os sinais indicam que deve haver prudência e correção das velhas práticas, de maneira a evitar-se o pior. O político apela ao diálogo permanente, de maneira a resolver qualquer situação que esteja a criar um mal-estar, para tornar o ambiente favorável e credível para o sufrágio marcado para 2022.
Por sua vez, o secretário nacional para os Assuntos Políticos e Eleitorais da UNITA, Faustino Mumbica, considera que o atual desafio é tornar as eleições credíveis. Uma das maneiras de atingir este objetivo é, a seu ver, olhar para as experiências dos sufrágios anteriores, visando não repetir os mesmos erros, “que se tornam crónicos” e “premeditados”.
Já o vice-presidente e dirigente da bancada parlamentar da CASA-CE, Alexandre Sebastião, critica o MPLA, partido no poder, e também a UNITA, na oposição. Isto porque considera que esta última formação política mencionada é igualmente intolerante às opiniões contrárias, tendo dado o exemplo de que quem não quer entrar na frente ampla que a UNITA quer criar está a ser conotado como “indivíduo não patriota”.