A manifestação convocada pela comissão representativa dos 1 800 ex-trabalhadores da Brigada Especial de Limpeza (BEL) da Casa de Segurança da Presidência da República de Angola, da época do ex-presidente José Eduardo dos Santos, que aguardam há 8 anos pelo pagamento das suas indemnizações “após um desfecho favorável do Tribunal Provincial de Luanda”, foi ontem “travada” pela polícia angolana.
Os 70 ex-trabalhadores da BEL pretendiam manifestar-se em frente ao Palácio Presidencial, partindo do Largo da Mutamba, no centro da cidade de Luanda, marchando até à Cidade Alta. A polícia angolana “travou” a manifestação alegando que a manifestação não ocorria “dentro da legalidade”.
Manuel Sapilinha, um dos organizadores da manifestação dos ex-trabalhadores da BEL, disse que quando a polícia lhes perguntou sobre a legalidade da manifestação, referiu que a “25 de junho comunicámos formalmente ao Governo de Luanda e ao Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional, que não deram qualquer resposta”.
Sapilinha disse que: “Em janeiro deste ano, o ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança da República veio publicamente dizer que o dinheiro já existia, ficámos à espera do mesmo e até agora estamos sem qualquer resposta”.
Em maio, segundo um dos organizadores da manifestação, “os elementos afectos da Casa Militar da Presidência foram a tribunal embargar” o processo, contudo o tribunal deu “novamente razão” aos ex-funcionários da BEL.
Face ao dispositivo policial, os organizadores da manifestação optaram por permanecer no largo da Mutamba: “Atendendo o atual aparato e para evitarmos outros constrangimentos, achámos por bem pararmos por aqui, mas aguardamos da parte deles uma resposta e caso não façam isso não vamos parar porque o despacho que temos é de nos indemnizarem de acordo com a lei”.