O Presidente de Angola, João Lourenço, cedeu à pressão de haver manifestações no país e decidiu então convocar jovens manifestantes para um diálogo. No entanto, os visados rejeitaram o convite e prometeram que iriam voltar a manifestar-se no dia 10 de dezembro, data em que se assinala o aniversário da fundação do MPLA, partido no poder e que tem o chefe de Estado como líder.
A existência do convite foi revelada pelos jovens, que se têm feito ouvir nos protestos contra as políticas de governação, incentivados pela pobreza, pelo desemprego e pela falta de eleições autárquicas.
Um dos membros mais conhecidos, Benedito Jeremias, disse ainda que o convite de João Lourenço foi dado a conhecer pela responsável do Gabinete de Cidadania do MPLA, Anabela Dias. Tal aconteceu durante um encontro realizado a 07 de novembro, numa das unidades hoteleiras de Luanda.
Nesse encontro estiveram igualmente presentes outras figuras ligadas a diversas alas da manifestação. As mesmas citaram a dirigente do MPLA como tendo desaconselhado a realização de protestos, mencionando que os mesmos estão a tirar sono às autoridades devido às consequências no país.
“Ela disse-nos que estamos a tirar o sono devido à situação que estão a criar no país e no partido, por isso queremos conversar convosco para saber o que se passa de concreto. Sabemos que algum partido político está por detrás disso, sobretudo a UNITA”, declarou Benedito Jeremias.
A mesma fonte referiu também que Anabela Dinis exigiu que “fôssemos ter com o Presidente da República, João Lourenço, conforme a sua orientação”.