O embaixador Francisco da Cruz e os funcionários angolanos na União Africana (UA) tiveram uma reunião na Embaixada de Angola na Etiópia e Representação Permanente junto da UA e Comissão Económica das Nações Unidas para África, de onde saiu a recomendação de desenvolver os esforços contínuos junto da Comissão da UA para reverter o quadro da “incipiente presença” de quadros angolanos nas estruturas da UA, com sede em Addis-Abeba, Etiópia.
O encontro decorreu numa altura em que a UA se prepara para implementar reformas estruturais e funcionais. Os presentes trocaram impressões sobre uma melhor estratégia de inserção de quadros nacionais alinhada ao estatuto de Angola como um dos seis maiores contribuintes para a organização continental e Fundo de Paz.
Na reunião, que ocorreu seis meses após outra feita com o mesmo objetivo, Francisco da Cruz disse que tem havido contactos com responsáveis da UA para a identificação de oportunidades, com o objetivo de admissão de quadros angolanos.
Segundo uma nota da missão diplomática, o Embaixador já mencionou por duas vezes esta inquietação ao vice-presidente da Comissão da UA, Kwesi Quartey, e, mais recentemente (21 de Outubro), ao Comissário para a Paz e Segurança, Smail Chergui, seguida de outra semelhante, ocorrida em maio. Em todas as ocasiões solicitou a devida transparência no processo de recrutamento.
Entre os 55 Estados Membros da UA, Angola segue-se nas contribuições estatutárias à Argélia, Egipto, Nigéria, África do Sul e Marrocos, posição alegadamente não refletida no preenchimento das 39 vagas a que tem direito, ocupando pouco mais de 10%, o que tem preocupado as autoridades angolanas, entre as quais o Ministério das Relações Exteriores.